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Contemplação de imaginários

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As paredes e os muros da cidade passaram a ser espaços culturais que veiculam imaginários e incorporam funções artísticas, sociais e políticas. Isso só é possível depois de uma longa caminhada contra a descriminalização e a proibição do grafite. Entre avanços e retrocessos, cada vez mais é incentivado tanto por iniciativas privadas como por algumas iniciativas governamentais.

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De certa forma, a conquista do espaço e da autorização do grafite produz uma outra relação com os olhares e leituras. O grafite também comunica uma espécie de metalinguagem com a cidade e comunica às pessoas não apenas a mensagem que está contida dentro da obra, mas comunica através do lugar onde a obra está inserida e a forma em que se insere.

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Quando se tem um grafite em um determinado lugar da cidade para onde antes ninguém olhava, os transeuntes passam a reparar mais e a contemplar lugares que, sem a existência de uma intervenção dessas, jamais contemplariam. É o caso da obra acima, localizada em um muro ao lado de uma rua expressa de São Carlos, que cria possibilidades outras de ver e enxergar o espaço em que circulamos. Seria o grafite então uma provocação, se realmente percebemos o que ocorre a nossa volta?

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