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Superfícies profundas.

O grafite pode ser visto como inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que normalmente não foi previsto para tal finalidade. Antes visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o grafite é considerado uma forma de expressão que compõe o âmbito das artes visuais, mais especificamente, da street art ou arte urbana, em que aproveita-se os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir e constituir o espaço urbano.

 

No final da década de 60 e o início da década de 70 do século XX, jovens do Bairro do Bronx, em Nova York, restabeleceram, de certa forma, uma pratica que já ocorrerá na pré-história, a arte rupestre. Desta vez, o sangue e outros pigmentos foram substituídos por tinta Spray, criando um novo diálogo de grafite, colorido e rico, tanto visualmente quanto no conteúdo ideológico.

 

Duas teorias que explicam a origem dos graffiteiros modernos e uma complementa a outra: há quem diga que o graffite surgiu do Hip Hop (cultura de rua originária dos guetos Americanos, que une o Rap, o Break, e o Graffite). A outra afirma que o grafite tenha surgido em Nova York e de lá se espalhou pelo mundo.

O GRAFITE & O GRANFINO

O GRAFITE E O GRANFINO
SUPERFÍCIES PROFUNDAS
O PROJETO

O PROJETO

O Espaço Grafite foi concebido para ser um portal observatório com o objetivo de refletir sobre o espaço urbano, onde o olhar se volta para as ruas na tentativa de capturar o seu potencial de expressão, manifestação e diálogos inscritos nos grafites.

Muito mais que uma linguagem artística, o grafite, ao longo do tempo, transcendeu a estética por representar um importante instrumento de protesto e transgressão de valores estabelecidos. E é essa a perspectiva que foi tomada como chave de observação de como esses espaços são ocupados e percebidos.

​​Como parte de uma iniciativa proposta em sala de aula do bacharelado em Linguística da Universidade Federal de São Carlos, onde foi possível refletir sobre a produção e a circulação de textos, este observatório surge com a pretensão inicial de trabalhar os espaços urbanos da região central do estado de São Paulo, onde está localizada a universidade.

​Com o desenvolvimento das reflexões acerca da produção e da circulação de textos, este projeto, que inicialmente se propunha ser um observatório, ganhou outra dimensão se tornando uma produção que merecia ser pensada e repensada na sua riqueza teórica e metodológica materializada, formalizada em uma experiência de escrita e de leitura que fosse, ela própria, uma reflexão sobre a linguagem, sobre como nos apropriamos dos sentidos que emergem de nosso encontro com os objetos, com os espaços, com as diversas materialidades que os constituem. Diante disso, este material ganhou status de “Trabalho de Conclusão de Curso” possibilitando a aplicação dos conhecimentos linguísticos e reflexões sobre a produção textos e suas formas de circulação.

CHARTIER, Roger. A aventura do livro. Do leitor ao navegador. Conversações com Jean Lebrun. 1ª reimpressão. Tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Editora UNESP, 1998.

CHARTIER, Roger. O mundo como representação. Estud. av. [online]. 1991, vol.5, n.11, pp. 173-191.

CHARTIER, Roger. A mediação editorial. In: CHARTIER. Os desafios da escrita. São Paulo: UNESP, 2002, pp. 61-76.

DARNTON, Robert. A questão dos livros – passado, presente e futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

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INDURSKY, Freda. Da heterogeneidade do discurso à heterogeneidade do texto e suas implicações no processo de leitura. In: ERNST-PEREIRA, Aracy; FUNCK, Suzana Bornéo (Org.). A escrita e a leitura como práticas discursivas. Pelotas: Educat, 2001.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Edições Loyola, 1996.


GREGOLIN et al. Discurso e mídia: a cultura do espetáculo. São Carlos: Claraluz, 2003.

 

FURTADO, José Afonso. O papel e o pixel: do impresso ao digital – continuidades e transformações. Florianópolis: Escritório do Livro, 2006.

GITAHY, Celso. O que é graffiti. São Paulo: Editora Brasiliense, 1999.

LANDOW, George P. Hipertexto: La convergência de La teoria critica contemporânea y La tecnologia. Barcelona: Paidós, 1995.

LÉVY, Pierre. O que é o Virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.

MARCUSCHI, Luis. Antônio. A questão do suporte dos gêneros textuais. DLVC, João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 9-40, out. 2003.

MANGUEL, Alberto. Lendo Imagens: uma história de amor e ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

RAMOS, Célia Maria Antonacci. Grafite, pichação & Cia. São Paulo: Annablume, 1994. (Selo universidade. Arte; 20)

SILVA, William da Silva e. A trajetória do Graffiti Mundial. Revista Ohun, ano 4, n. 4, p.212-231, dez 2008.

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